Acabei de me aperceber, hoje ao ouvir a Antena 3, que estou no limiar da juventude. Foi uma notícia sobre a disponibilização, de forma grátis, do catálogo musical da
Universal para
download, para americanos e canadianos
only, não percebo bem porquê a discriminação se bem que eu não sou muito dado a
downloads, que me fez despertar para a questão: "(...) o
target são jovens dos 13 aos 35 anos (...)". Epa! Eu já tenho 32! E não é só aqui. Os bancos também fazem promoções para jovens até aos 34 (ora aqui o prazo ainda é mais pequeno!). A compra de casas pela
EPUL é para jovens até aos 34, se bem que agora também têm casas para jovens séniors, mas isso é lá mais para os 60 anos. Ou seja, aqui e ali, estão constantemente a informar-me que mais ano menos ano acabou-se a juventude. Nada de cabeças no ar nem desresponsabilização pelas minhas atitudes. "Atenção menino, está a acabar-se a boa vida e está na altura de seres um homenzinho", parece querer dizer-me aquele vizinho que olha para mim de lado, quando me vê sair de calções vestidos e prancha em cima do carro. Pois podem todos ir plantar batatas! Eu não vou deixar de ser "jovem" só porque alguém se lembrou de dizer que isso acaba não sei em que idade. Nem vou ser "jovem" só porque agora é isso que a moda dita. Sim, porque se ser jovem é gostar de
hip-hop, vestir roupas
dread e achar que quem faz
tags indiscriminadamente por essas paredes fora até é
cool, então não sou jovem de certeza. E já me estou a desviar um pouco do caminho. Estou-me perfeitamente a borrifar se dizem que acaba aos 34 ou aos 84. Acho que é mais verdadeira a afirmação de que cada um é "jovem" enquanto o sentir do que qualquer estereótipo que nos queiram impingir. Conheço bastantes pessoas com idades para lá dos 50 que são mais jovens que muitas de 15-20 que para aí andam, que se esqueceram já do que é a simplicidade e estão mais preocupados com as aparências e com sei lá mais o quê, que com o apreciar a vida. Talvez seja a experiência dos primeiros a falar. E pronto, se calhar já falei e não disse nada e eventualmente até me contradisse. É o que dá, quem muito fala, pouco acerta. E entretanto vou mas é aproveitar os anos de juventude que me faltam.