Num dia de chuva

Um blog sobre não sei o quê

Uma outra aventura

sexta-feira, outubro 31, 2008

Caminhos

Porque razão somos capazes de falar tão abertamente com alguém que desconhecemos? Este será talvez um dos grandes "mistérios" que a internet veio abrir. Pressionar o teclado à nossa frente, tecer comentários, dizer idiotices, "flirtar", falar mais a sério... Correndo sempre o risco de nos estarmos a expôr demais, claro. Não terá tudo na vida a sua dose de risco? Mas é libertador. Por vezes esta vida de corre-corre não nos deixa espaço para as relações de que todos precisamos. Eu, pelo menos, preciso de interagir com pessoas novas. Conhecer novos pontos de vista. Falar, por vezes, sem os constrangimentos que nos auto-impomos, por estarmos a falar com alguém que já conhecemos há muito. Parvoíce, esta, de nos irmos fechando, quando o que promove o início das relações entre as pessoas é essa mesma descoberta de quem está à nossa frente. Temos tendência a deixar de ligar a muitos dos pormenores e gostos dos nossos conhecidos, precisamente porque já os conhecemos. Começamos a dar como adquirido que determinada pessoa é assim e acabamos por nos esquecer que tal como nós vamos mudando com as contínuas experiências de vida, também as pessoas que nos rodeiam, e com quem nos relacionamos, vão adquirindo pequenos hábitos e subtilezas que não estavam lá antes. Mas este não deixa de ser o normal desenrolar da vida. Acabamos por nos aperceber que alguém mudou quando algo de "anormal" acontece, como o fim de uma relação ou uma mudança emprego, que nos mostram outra face de pessoas que sempre julgámos conhecer. É mais fácil dar atenção a quem é novidade. Aí tudo é descoberta. Mesmo no mais pequeno dos pormenores. Gostos que convergem ou gostos que nem sequer imaginávamos. A sede de conhecer (ou será de bisbilhotar?) impele-nos para a descoberta. Faz parte. Pecador me confesso. Gosto deste jogo, em que, como figuras num teatro de sombras, vamos tentando descortinar quem está do outro lado. Que histórias tem para nos contar? Quanto de nós podemos revelar? E não deixa de ser curioso que apesar de ser através de meras letras, que se juntam para fazer palavras, que vamos "conhecendo" quem está na outra ponta do fio, na maioria das vezes conseguimos sentir empatia por alguém de quem nada sabemos, a não ser o que nos quer dizer. Saber se mente ou se diz o que queremos ouvir? Quem sabe. Não se trata afinal, como a vida, de um jogo?

quinta-feira, outubro 16, 2008

Falsa partida

E por estes dias vou começando a acordar. Parece finalmente dissipar-se esta, sei lá, espécie de neblina, que me tolda as ideias e me faz andar alheado. Sim, isto também é consequência da constipação a passar, mas vai mais além. Senti como se andasse um pouco afastado de tudo. Uma preguiça que me toma e apenas deixa que os dias se desenrolem um após o outro. Não é isto que quero para mim. Mas por vezes torna-se difícil não nos deixarmos levar neste vai-não-vai. O trabalho, a casa, a família... Todo um sem número de pequenas e grandes coisas que nos vão envolvendo e deixando para trás muito daquilo que gostaríamos de fazer e para o qual parece nunca haver tempo. Mas chega de lamúrias. Nada se resolve de cara feia e já bem basta esta estúpida constipação. E lá estou eu a queixar-me de novo. É melhor parar por aqui hoje.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Questão para mim

E se uma mera troca de palavras tiver o poder de despoletar um novo fôlego? Será desta? A ver vamos.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Eco

OOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.....


OOOooooooooooooohhhhhhhhhhh....



oooooooooohhhhh....




oooooohhh...


Pois é. Já se passou tanto tempo desde o último post, que este lugar de tão vazio quase que começa a fazer eco. Se bem que, isto de estar vazio acaba por nem ser verdade. Está apenas vazio de coisas novas. O que o fez e o que faz com que apesar de tudo eu o mantenha, continua cá: as experiências, as parvoíces, as pessoas que fui conhecendo... É o meu diário de um outro tempo. Que não deixa de ser o meu, mas que parece agora algo distante. Eu mudei. Ou talvez tenha sido a vida que mudou. Ou então não mudei e apenas a vida no seu rolar constante foi deixando este local de desabafo para trás. Ideias e conversas foram-se perdendo, nestas prateleiras que não ganham pó, mas que são votadas ao esquecimento, de igual forma. Um blog é como um pequeno bicho egoísta: exige tempo e dedicação ou então vai definhando até morrer. E por agora apenas vou conseguindo dar-lhe pequenas festas, que o vão mantendo neste estado de hibernação. Talvez ele acorde no fim do inverno. Ou talvez ele não mais acorde e passe a ser apenas a lembrança de uma outra vida.