Num dia de chuva

Um blog sobre não sei o quê

Uma outra aventura

sexta-feira, julho 28, 2006

Num canto da cidade

"(...) Naquela noite, como em tantas outras, quedou-se pelas ruas. Apesar de todos os que o rodeavam, não conseguia evitar sentir-se sozinho. Ele estava frio. Frio ao toque. Um frio que nem a temperatura amena dessa noite conseguia atenuar. A lembrança do conforto de quatro paredes, agora ocupadas por outro, assaltava-o a todo o momento. Tentou alhear-se de tudo até que a escuridão se afastasse. Aquela dor súbita, só podia ser imaginação. O dia amanheceu enfim. Pôs-se em movimento sem dificuldade, apesar de se sentir algo estranho. Era como se o lado direito da sua cara estivesse ligeiramente amachucado. Como se algo estivesse quebrado junto ao seu olho. Seria aquele ardor no lábio, um arranhão? Não se queixou. Nunca lhe ensinaram como o fazer. Apenas quando alguém olhou para ele com um ar algo incrédulo, percebeu que as feridas eram reais, e não, mais um engano da idade. Nunca soube como as obteve. Mas sabia que lhe tinham sido infligidas, pois seria incapaz de se macular. (...)"

Dedicado ao azelha incógnito que resolveu dar um toque especial ao nosso XU e nem sequer se dignou deixar um contacto, para lhe agradecermos os estragos.

quarta-feira, julho 26, 2006

Agora

Silêncio. Não um silêncio que incomoda. Antes um estar bem, sem nada ser preciso dizer. Chegámos aqui. Dúvidas são mais que muitas. Ficar preso às perguntas nunca fez ninguém avançar. Sente-se na pele. Não vês. Sabes. Um sorriso que aflora sem razão. Esperar. Sempre a espera. É um novo mundo. Com medo. Temer faz parte. Com coragem. Passos trémulos rumo ao que se desconhece. Gratidão. Felicidade. Apesar de tudo a natureza sobrepõem-se. Ser.

segunda-feira, julho 24, 2006

When Dani met Sara

Depois de meses de desencontros, eis que finalmente se conseguiu arranjar forma de passarmos da palavra escrita à falada. E que melhor localização que Peniche, para se juntar uma série de pessoal que gosta bué de mar? Só houve um pequeno senão. Pelos vistos, de alguma forma, tornou-se pública a nossa ida a esta terra. Uma quantidade de pessoas que não lembra a ninguém, aguardava-nos na praia. Era dificílimo vislumbrar uma nesga de areia livre que fosse. Juntando a isto a ausência de ondas, resolvemos tomar o roteiro alternativo, que nos leva até paragens muito mais limpas de pessoal, e na maioria dos casos, a algumas ondas também. Desta vez, bastantes ondas até!O que fez com que duas meninas acabassem por ficar sozinhas, na areia, a tirar fotografias e a conversar (coisa que fizeram ininterruptamente), enquanto os restantes quatro, nem queriam acreditar na sorte que tinham, por terem aquelas ondas só para eles! Mas eventualmente acabaram por se cansar e lá sairam da água.A conversa continuou animada, desta vez, a seis vozes. Aliás, no espaço de muitas centenas de metros, eram as únicas vozes. Durante esta pausa, aproveitámos para tirar o retrato de encontro de Bloggers.Se bem que um deles foi apanhada um pouco de surpresa, e acabou por ficar com a boca na botija, ou antes, na sandocha! O mar começou a chamar por nós novamente, e como uma parte do grupo já tinha deixado a praia para ir fazer umas compritas, lá acabaram por ficar as duas meninas entregues ao seu bate-boca mais um pouco.Muito sinceramente, nem sei sequer se deram pela nossa ausência! O que sei realmente, é que gostámos muito de conhecer este casal super simpático e agora que os conhecemos, será com imenso prazer que os voltaremos a ver.Além do mais, para mim, foi uma experiência realmente diferente, conhecer alguém que, embora até agora fosse uma completa desconhecida, me parecia já muito familiar. E foi também uma forma de começar a responder, a mim mesmo, àquela pergunta que tantas vezes já me foi feita: Afinal quem é a Sara?

sexta-feira, julho 21, 2006

Mercado Medieval de Óbidos

Ontem foi dia de visita a este evento. Tudo isto pode ser uma patetice, mas eu gosto. Tem o seu quê de piada, viver esta espécie de carnaval fora de época. Sabe-me bem passear pelo meio desta encenação toda e dar um pouco asas à imaginação. Espreitar as bancas onde se vendem os mais variados produtos, alguns de eficácia algo dúbia. Beber ginja por copo de chocolate, apesar de a festa do mesmo ser só lá para Novembro. Ver a animação de rua que aqui e ali nos vai sendo proporcionada, como uma espécie de entrada para a peça mais ao final da noite. Mergulhar um pouco num ambiente descontraído, onde não se vêem muitas caras preocupadas. Além de que uma visita a Óbidos, é
sempre um momento agradável para mim. Fomos foi um pouco fintados pelas pessoas, que se esqueceram que estavamos a meio da semana, e resolveram comparecer em força por aqueles lados. Isto fez com que tivéssemos direito a um tempão de espera, para deitarmos as mãos às espetadas, chouriços, entrecostos e outros que tais, que foram devorados à mão, de uma maneira mais ou menos medieval, tal era a fomeca. Enquanto comíamos, alguns dos actores da peça que encerrava o
evento de ontem, ìam desfilando por perto de nós. Desde cavaleiros com ar de mauzões até uma bailarina de dança do ventre acompanhada por músicos. Seria assim em tempos idos? Talvez sim, talvez não. Mas uma coisa é mais ou menos certa, pelo menos actualmente, o único cheiro realmente incomodativo, era o das nossas roupas, por causa do fumo dos braseiros. Não sei se em tempos seria assim.


P.S.- A gerência pede desculpa pela falta de inspiração

quinta-feira, julho 20, 2006

Hoje estava bom no Guincho

Hoje estava bom no Guincho!
HOJE ESTAVA BOM NO GUINCHO!
H-O-J-E-E-S-T-A-V-A-B-O-M-N-O-G-U-I-N-C-H-O-!

quarta-feira, julho 19, 2006

Acordar para o 24

Hoje estou com o cérebro um bocado nublado, porque só dormi 2 horas e pouco, depois de uma noite de trabalho. Nem sequer consigo escrever duas palavras seguidas sem ter que voltar atrás para as corrigir. Isso, e o facto de que não me sai nada de jeito. Pronto, ok, reconheço que isto já acontece habitualmente. Mas hoje está mais grave ainda. Como tal, aproveito só para lembrar aos mais distraídos, que a quinta série do 24, já anda a provocar estragos ali na 2:. Hoje às 22:30, o quarto episódio.

terça-feira, julho 18, 2006

Euskal Herria por trás da lente

Como é que se traduz umas férias e um "país", através de imagens? No meu caso, muito dificilmente. Primeiro, porque nem sequer me lembrava de tirar fotografias. Apenas a espaços nos lembrávamos que tinhamos levado máquina fotográfica. Segundo, porque o meu jeito para a fotografia acaba onde começa o botão que se prime para tirar as mesmas. De qualquer forma, aqui ficam alguns instantâneos, que não fazem justiça ao deslumbrados que ficámos.
Biarritz

Clássicos em Biarritz

Algumas praias: Milady/Côte des basques/ Anglet

Mundaka

Guggenheim (Bilbao)

E fica por aqui, porque o tal do Blogger não quer aceitar mais fotos.

segunda-feira, julho 17, 2006

Domingo quente Domingo

Enquanto Lisboa derretia e toda a gente se aglomerava rumo às praias do costume, nós pirámo-nos, e rumámos um pouco a norte da cidade. Peniche registava também uma enchente descomunal. Mas nada que assuste quem souber por onde ir. Uma extensão enorme de praia praticamente deserta aguarda alguns conhecedores. E o saber por onde ir, além da óbvia recompensa que é ficar sozinho na praia num dia de enchentes, dá até direito a pequenos encontros, que nos relembram um pouco algumas vidas mais simples, que são na maioria das vezes mais complicadas que as nossas:
Engarrafamento local
Aguardar pacientemente o fim da conversa

Depois da praia, uma sessão de grelhados, feitos à custa de litros de suor do Paulo e do seu sogro, que quase derreteram junto ao fogareiro. Almoçámos em câmara lenta, porque o calor era tanto, que só o levar do garfo à boca provocava a perda de alguns decelitros de água.
Já ao final da tarde, rumo a Paço de Arcos, para um jantar de amigos no Marginalíssimo. Marion e Werner entre nós.Nada como ter uns amigos holandeses perto de nós, para os podermos massacrar um bocadinho com o jogo Portugal-Holanda. Massacres à parte, houve também os festejos da recente gravidez da Marion, e recordações de uma festa algo doida, com gente a rebolar pelo chão fora, que houve no já extinto Gringo's. Sangria para apaziguar o calor do Fondue, e a noite terminou com alguns roubos de Profiteroles e um regresso a casa, já sem o trânsito caracol que se arrastava penosamente pela marginal quando chegámos, meio ensonado.

sexta-feira, julho 14, 2006

Num murmúrio

Falta de tempo. Talvez, falta de vontade. Basta abrir os olhos. Sinto-me como se tudo corresse e eu estivesse parado. Estou fora de ritmo. Não dou os mesmos passos. Quero entender o que me dizem. As histórias já vão a meio. Tudo em tão pouco. Fui num breve inspirar, mas ao exalar já nada era igual. Mudanças. Constantes alternâncias que neste momento me deixam confuso. Não vejo as mesmas caras. Vejo as mesmas caras. Já não as sinto da mesma forma. Talvez seja eu. Se não estás, rapidamente és devorado pela ausência. Estar alheado do mundo. Foi dito, mas já não o sinto. Ponho o pé na porta. Ela teima em tentar fechar. Efémeras sensações. Tento tocar em alguém. Outra voz responde em seu lugar. Foi bom ter, é bom saber que tive. Desligar. Precisei de partir. Agora nada sei. Faltam-me as forças. Preciso de te encontrar. Mas, falta-me tempo.

quinta-feira, julho 13, 2006

Exercícios para perder peso: Sugestão 1

O IKEA tem tudo. Até maneiras de perder peso. Portanto, para perder peso, nada como seguir a filosofia do senhor Ingvar Kamprad. Para quê, alguém ir a nossa casa entregar os móveis e montá-los, sem que nós tenhamos que dispender uma gota de suor que seja (bom, talvez uma ou duas na hora de pagar a conta...)? Nada melhor que carregar com os móveis, nós mesmos! O exercício começa logo na loja, onde temos que tirar caixas pesadíssimas das prateleiras para o carrinho. De seguida, é o exercício de encaixe e força, para as conseguir enfiar no carro. Depois, temos ainda o martírio de acartar tudo do carro para casa. Mas atenção, nada de batota! É pela escada! Mesmo para quem tem elevador no prédio. Senão, não resulta. Para finalizar, devemos montar os móveis num dia em que estejam mais ou menos 30º, para que o abundante suar limpe mais umas gorduritas. As marteladas nos dedos são facultativas, pois ainda não está devidamente comprovado que contribuam, efectivamente, para perder peso (talvez estes estudos não tenham sido conclusivos, devido ao inchaço, que aparece algum tempo após a martelada).

quarta-feira, julho 12, 2006

Os mitras

E fez dez anos, no Sábado, que esta maltinha anda na "linha". Quer dizer, excepto a menina, que fez cinco anos, e o Mestre Faria que já nem sei em quantos vai! Incrível como o tempo passa sem dar-mos por isso. Ainda ontem eramos uns putos e agora... continuamos a ser! Para comemorar, no Domingo enfiou tudo um capacete na cabeça, e fomos dar um passeio de moto 4.Apesar dos saltos, descidas alucinadas em alta velocidade, curvas em três rodas, muito pó engolido, umas quantas árvores a "amandar-se" para o meio dos trilhos que, sabe-se lá como, fomos conseguindo evitar, e mais uns quantos sustos, não houve incidentes de maior.O maior problema acabou mesmo por ser a moto do Barata e do Geraldes, que a cada 500 metros resolvia ir abaixo, o que fez com que o passeio tivesse que acabar mais cedo. Depois de uma banhoca gelada, porque os senhores da organização não conseguiram ligar o esquentador, lá foi tudo almoçar, porque isto do pó com calor, dá uma fome e uma sede que não lembra a ninguém.Apesar de toda a gente ter saído do almoço a rebentar pelas costuras, sei de fonte fidedigna (o irmão do filho mais novo do tio de um primo direito meu), que houve dois indíviduos que continuaram, tarde fora e noite dentro, a deglutir caracóis e cerveja como se não comessem à mais de quinze dias. Também ouvi dizer, que os despertares na Segunda, foram algo difíceis. Ouvi dizer. Não asseguro.

terça-feira, julho 11, 2006

"L' emplastre"

E pensávamos nós que o emplastro era um exclusivo nacional!Emplastro francês, em acção, na Grande Plage, Biarritz.

segunda-feira, julho 10, 2006

Segunda-feira pós-Domingo comemoracional

Hoje tenho a boca a saber a pautas de música. Pede-se à relva o favor de não fazer tanto barulho ao crescer.

quinta-feira, julho 06, 2006

Euskal Herria

Acordamos cedinho, e fazemo-nos à estrada. Após uns quilometrozitos,
passamos finalmente a fronteira entre Espanha e França, debaixo do olhar atento de polícia de ambas as nacionalidades. Não nos mandaram parar, apesar de estarem a revistar bastantes carros. Deduzo que um carro de matrícula espanhola, pranchas ao alto, com um recheio que é 75% português e manda umas bocas (em português) sobre o primo da Cristina pertencer à ETA (não pertence), não tem um ar suspeito. O verde é o que causa o primeiro impacto por aqui. Tudo transpira vida. Logo a seguir, o pontilhado de casas típicas, onde os prédios soam já a miragem. Parece que conseguimos sentir o ritmo a abrandar. Tudo se começa a mover sem stress, e acabamos por ser influenciados por este sentir. Largamos as malas no Chalet que alúgamos, e vamos limpar dez horas de ar condicionado para a praia. São 19 horas. O temperatura ronda os 30º. Vamos para a água a medo. Passados 20 minutos, ainda andamos lá dentro, porque a água está surpreendentemente quente, e apenas saímos, porque ainda teríamos que secar um pouco e pensar onde jantar. Um ligeiro ondular, promete para o dia seguinte, o que de momento está calmo demais para quem veio (não só, mas também) à
procura de ondas. O dia seguinte vem confirmar este pressentimento, e proporcionou algumas boas surfadas (talvez com direito a post) durante o tempo que lá estivemos, com um interregno de dois dias, em que o mar resolveu ir pregar para outras paragens. Biarritz é uma cidade muito simpática, onde os prédios não oprimem, com uma zona cheia de palacetes que nos remetem para os seus tempos aúreos, em que foi destino de férias da alta sociedade. Agora já sem essa pressão, mantém um glamour muito próprio, a que se veio juntar uma vincada veia surfista (vemos gente dos 8 aos 80 dentro de água), e que se traduz num ambiente super descontraído, e onde nunca sentimos por um momento que fosse, qualquer tipo de insegurança. Foi giro descobrir um bar (era mais um espécie de quiosque em ponto gigante) num miradouro sobranceiro à praia, que funcionava das 7 da manhã às 3 da manhã, e era ponto de encontro para numerosas famílias com bebés, que ali se juntavam
ao final do dia (lá só anoitecia por volta das 10:15) e que depois acabavam por se misturar com os pré-noctívagos. Tudo sempre com uma atitude descontraída. Mulheres bonitas (e em topless!) por lá, era mato! Já os homens, segundo a opinião das meninas, bons eram muito poucos. Mas como por lá era hábito despir o fato/calções/short sem o auxílio de toalha, isto acabou por lhes proporcionar algumas vistas interessantes (e aos meninos também, porque as senhoras também eram adeptas dessa modalidade!). Nós tugas, como gostamos de seguir as últimas tendências,
rapidamente adoptámos este meio facilitado de despe-veste (os meninos. As meninas não ficaram lá muito convencidas). No meio disto tudo, o grande problema foram as inúmeras lojas onde gastar os euritos, e que quase nos íam levando à falência! Posso assegurar que houve momentos de puro frenesim consumista! Os destinos de visita incluíram ainda Hossegor, Anglet, Mundaka, Bilbao (Bilbo em basco. Será que foi a inspiração para Tolkien?) e mais uma série de
pequenas vilas. Tivémos até direito a uma casa assombrada, mas a Cristina não nos deixou aproximar demasiado da mesma. Tudo somado, fez com que adiássemos o regresso a Portugal, e trocássemos uns dias já reservados na Ilha de Tavira, por mais um pouco de País Basco. E se deixou saudades.

quarta-feira, julho 05, 2006

E que sei eu

Quando passas e deixas um perfume no ar. Amarga lembrança de alguém que já não és. Passos que percorrem este quarto. Sorriso fácil, que enleva. Acredito agora, que quatro paredes podem encolher. Prendem-me muros de nada. Sufocam-me. A carícia que ainda sinto quente na pele. Pudesse eu apagar as lembranças. Risco em mim palavras que ferem. Nada sinto. Dói-me. Num sussurro ouço-te de novo. Afundo-me. Melhor não pensar. Ou pensar melhor. No espelho o teu reflexo. É o meu. Queria que fosse o teu. Desaparece. No entanto ficas. Quero viver de novo. Corrói-me a ausência de côr. Nada me resta. Talvez tenha tudo. Qual o melhor caminho para sair da escuridão? Acender a luz ou aprender a ver de outra forma?

terça-feira, julho 04, 2006

À laia de Memento

E por onde começar, no meio de tanta coisa? Se calhar, qual Memento ou Irreversível, quase pelo fim. Com uma descida ao inferno:Ok, o inferno de Irreversível é bem mais intenso. Mas este (pego do inferno) andava a solicitar uma visita, já há uma carrada de anos. Desde que em tempos, para se lá chegar, era preciso invadir propriedade alheia. Agora a coisa está muito mais democratizada (e estragada), e há bancos e mesas para pic-nic, sendo o acesso feito, já sem cortes e arranhaledas, por um novo caminho feito à medida. E perguntava-me uma amiga: "Isso é no Algarve?" E digo eu: "À pois é, bebé!". A localização: Quem sabe, sabe. Quem não sabe... é só investigar.

segunda-feira, julho 03, 2006

Ainda de cabeça no ar

Estranho. Tanta coisa para contar, e não consigo organizar duas frases seguidas, que consigam fazer sentido, e mostrem, um bocadinho que seja, do que foram as minhas últimas três semanas. Acho que já não conseguia relaxar e desligar desta maneira há um bom tempo. De qualquer forma o ínicio também ajudou logo bastante. É que não é todos os dias que se chega a um sítio muito bonito, com um ambiente fantástico, que ainda por cima tem ondas, e que permite que na primeira surfada se saia de dentro de água quase de noite, completamente exausto, e surpreendido por ter tido calor dentro de água, por causa do fato completo.Parece que ainda não acentei, e está a custar-me um pouco tomar consciência de que realmente já acabaram as férias e estou de volta à vida de todos os dias. Talvez isto ainda seja efeitos do fim-de-semana passado, com vitória de Portugal e Colete Encarnado à mistura, que se veio juntar ao corpo ainda com ritmo desacelerado, depois de uma semana algarvia de praia, comer e dormir, que se seguiu a Biarritz. Quem sabe os porquês... Talvez um dia destes a cabeça volte ao sítio.

sábado, julho 01, 2006

Ao abrir a porta

Pé ante pé, aproximo-me, e estico o pescoço para espreitar. Ainda a medo, vejo os mesmos lugares, e sinto-me em casa. Reconfortante esta sensação. Mas embora reconfortante, não apaga a pequena angústia que começa a revolutear dentro de mim. Sentir necessidade de voltar ao conhecido de todos os dias, mas com vontade de continuar a vogar pela novidade. Cá estou. Não queria estar. Se calhar queria. Temo que o que quero não seja realizável. Há um conforto em todo este confronto. Há palavras amigas. Há vontade de sentir o pulsar de sangue que não o meu. Feliz apesar de tudo. Mente ainda aberta, com leves esperanças que assim permaneça. Sorrir, em vez de enfrentar o novo dia com um franzir de sobrolho. Todos os dias deveria ser assim. Agora vai ser assim. E apesar de o sol se esconder timidamente hoje, ele está lá. Eu vi. Cheguei.