Dia dos Namorados quentinho e ensolarado, ontem. Para iniciar os festejos deste primeiro Dia dos Namorados a três, nada como uma boa aula de preparação para o parto. Ele foi respirações ofegantes, respirações ritmadas, respirações cantadas (para quem não sabe: o
Frère Jacques cantado em 78 rotações. E sim, eu sei que estou a ficar velho e que já existe muita gente que não sabe do que estou a falar, quando falo em 78 rotações) , as mais variadas posições, que íam da normal, de barriga para cima, até à mais audaz, de gatas, contracções, descontracções e muitas explicações, rabos dormentes e os casalinhos todos muito arrumadinhos, cada qual no seu colchão. Depois desta sessão de grupo, rumámos à
a casa do bacalhau,

para um jantar tardio na companhia dos
sogritos. Sim, eles são porreiros. E sim, desde que me lembro, que vamos sempre jantar com companhia no Dia dos Namorados. Dia
dos Namorados. Podem ser mais que dois ou não? Há dois anos, eramos seis e divertimo-nos bastante. Pelo menos neste ponto, contrariamos as regras deste dia. Adiante.
a casa do bacalhau. Que dizer sobre este restaurante, com nome só com letras minúsculas? Descobri há alguns anos que, contrariamente ao que julgava, eu até gosto bastante de bacalhau (excepção feita ao cozido). Ía(mos) com grandes expectativas. Ainda para mais, porque
aqui,
aqui e, sei lá,
aqui, só pareciam ter bem a dizer. O espaço é bonito. Mas não foi nem sequer remotamente bonito, ficar meia hora sentados à mesa, sem nos darem qualquer tipo de atenção. Tudo bem, o restaurante estava praticamente cheio. Mas, nem menu para irmos escolhendo, nem entradas, nem bebidas, nem uma tímida desculpa pela demora ou um simples "atendo-os já", resumindo, parecia que estava ali ninguém. Finalmente resolvem trazer-nos a lista. Deixam-na e quase quinze minutos depois, vêm então acentar os nossos pedidos. Pedidos feitos, mais uns dez minutos até que tragam parte das entradas e outros dez até que tragam o vinho e a água (a carta de vinhos é grande, mas com preços muitíssimo inflaccionados). Os pratos chegam à nossa mesa, uma hora e quarenta minutos depois de nos sentarmos. E dez minutos antes deles, chegam os pastéis de bacalhau, a outra entrada, que segundo eles estavam a fritar. Muito bem. Estariam a fritar. Mas quando acabaram de ser fritos, porque é que primeiro foram servidas mesas que foram ocupadas quase uma hora depois da nossa? E a juntar a isto, os pratos que comemos, bacalhau com broa e bacalhau com pasta de azeitona (que fé que eu depositava neste!), não passavam do razoável. O serviço foi péssimo, sem nunca ter havido qualquer gesto de simpatia e chegando quase a roçar o grosseiro, e a comida não estava nada de especial. Talvez ontem tenha sido um dia mau. Mas, se não têm capacidade para servir tanta gente, o melhor será não aceitarem tantas reservas. Pois, eu fiz reserva e ontem só funcionou nesse pressuposto. Logo, as desculpas ainda são menos. Pela parte que nos toca, perderam quatro clientes.