No que é que eu me fui meter?


Ainda assim, pode ser que tenha um pouco mais de sorte. A maioria destes indivíduos parece ser do sexo masculino.
Um blog sobre não sei o quê


Ainda assim, pode ser que tenha um pouco mais de sorte. A maioria destes indivíduos parece ser do sexo masculino.

Para vocês não sei, mas para mim, é!
coisas que até a mim deixavam surpreendido. Agora, resume-se a conseguir fazer um pássaro que bate as asas e outro que não. Dizem que este segundo é um cisne e que dá sorte fazer um todos os dias. Não sei se é mesmo um cisne e se dá sorte não sei. Nunca fiz um por dia. Talvez ultimamente o meu problema seja esse. Não estou a exercer a arte da paciência com eficácia. Esqueci-me como se faz. Nada que uma pequena volta pela internet não voltasse a despertar. Mas ando sem paciência. Ciclo vicioso este. Fácil de resolver. Houvesse paciência para tal. Custa-me começar a fazer as pequenas dobras que abrem um mundo de opções. Do básico nasce o complexo. Falta-me paciência. Paciência para começar. Depois de começar, tudo se torna mais fácil. O difícil apenas trás mais desafio. É preciso apenas paciência. Paciência que me falta.
Há onze, doze, treze, catorze anos? Já nem sei muito bem há quanto tempo foi tirada esta foto. Mas que já foi há muito tempo, isso foi. Basta ver o ar antiquado dos fatos, alguns penteados... hââh... estranhos, o shape das pranchas e... eu ainda tinha cabelo! Lembro-me que a Costa ainda tinha alguma areia e que as ondas eram bem mais consistentes e com bem menos gente que agora. O nível destes surfistas é que não era por aí além (ainda não é). Agora a Costa luta para não deixar de ter praias e dentro de água luta-se por ondas que às vezes quase não têm tamanho para ter esse nome. Um reflexo da falta de respeito pela Natureza no primeiro caso e um reflexo da falta de civismo crescente a que se tem vindo a assistir, até dentro de água, no segundo. Outros tempos, aqueles, em que a viagem era feita de camioneta e o regresso sempre mais doloroso, devido ao cansaço de um dia dentro de água e ao peso extra dos fatos molhados. Entretanto a vida foi seguindo, foi mudando e deste grupo que pegou em pranchas, sem saber muito bem o que com elas fazer, apenas eu e o Luís (que não está na foto) continuamos a tentar fazer o que podemos ou sabemos. Talvez com pouca técnica, mas com muito espírito e prazer.
Arrumo as iluminações, que eram apenas brancas. Ponho um pequeno presépio numa caixa e guardo-o junto às iluminações. A árvore que não é verde, mas sim prateada, está também ela no seu saco. O Natal acabou. Acabaram os doces, as prendas e os Pais Natal enforcados. Acabou a correria nos centros comerciais por uma última prenda e começou a correria dos saldos. Não consigo deixar de sentir uma certa nostalgia de um tempo em que o Natal me era mais querido. Em que ficava com um friozinho na barriga e uma alegria algo parva à medida que a época se aproximava. Agora foi apenas mais um que passou. Sem grandes emoções e quase despercebido. Parece que o Natal se despiu de significado para mim. Quase me recrimino por me achar tão frio. Mas ao longo do mês que passou, poucas foram as caras alegres e sorridentes com que me cruzei na rua. Toda a gente parece carregar um enorme peso nos ombros, que lhes quebra o ânimo e lhes fecha a expressão. Dou por mim a questionar se sempre foi assim ou se apenas perdi a inocência. Como sempre a resposta não é simples e não sei construí-la. Mas que gostava de sorrir como uma criança, a isso não consigo fugir.
Esta situação foi captada em vésperas de ano novo. Amor, amor, a quanto obrigas? Uma aplicação praística do dominador-submissa, numa relação sado-masoquista? Pedicure na praia? Fetiche por pés? Barriga impeditiva de dobrar para limpar? Ou será que afinal ainda existem homens como antigamente? Fica a dúvida no ar.

