Num dia de chuva

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Uma outra aventura

terça-feira, novembro 08, 2005

As caricas

Corro o risco de parecer saudosista e com idade jurássica, mas alguém se lembra das corridas de caricas? Aquelas tipo fórmula 1? Grandes traçados a giz era feitos no alcatrão desse Portugal fora. E com curvas alucinantes para dificultar a coisa. Pois se bem se lembram, uma saída de pista equivalia a voltar ao ponto de onde tinhamos acabado de sair. A escolha dos "bólides" revestia-se de especial interesse. Para a capacidade de deslize dos mesmos contava muito a respectiva marca. Ele havia-os da Frisumo, Sagres e Sumol, havia também da Spur cola, da Trinaranjus e às vezes até mesmo da Coca-cola! Lá rabiscáva-mos um número no plástico do verso da carica e estávamos prontos a andar. Isto se a carica não tivesse um prémio inscrito no seu interior, coisa muito em voga na altura. Nesses casos lá se ia o bólide e vinha o prémio! No final tudo se resumia à pericía dos dedos para fazer a carica percorrer a pista. Claro que isto era um desporto de alto risco. É preciso não esquecer que as corridas decorriam em plena estrada. E de joelhos no chão, o que equivale a dizer que no final do dia lá vinhamos com as mãos todas sujas assim como as calças/calções/joelhos, por isso ao chegar a casa havia sermão e missa cantada! Mas ainda era pior quando o desporto se tratava de "carrinhos de esferas". Aqueles belos modelos feitos de restos de madeira. Alguns eram tão evoluídos que até tinham um bocado de madeira pregado de lado a fazer de travão! Quando não tinham, lá serviam os ténis para parar. Numa tarde dava para dar cabo de um par em menos de nada. Aí sim, é que era delirante! Braços e pernas esfolados e depois mais umas nalgadas à mistura na chegada a casa! Mas agora os putos já não têm destes prazeres, é mais Playstation e tal. E eu também! ;)

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