Num dia de chuva

Um blog sobre não sei o quê

Uma outra aventura

quarta-feira, dezembro 07, 2005

JAVARD AIR

Depois de uma manhã também ela dedicada às compras (homem sofre!), e depois da avó da Churri nos tentar fazer rebentar, com umas magníficas tortillas e uma carne de porco de que não me lembro o nome, partimos finalmente para Santiago, para apanharmos o avião para Roma. Foi a minha primeira experiência com empresas de low cost. O Luis e a Churri, que já tinham viajado com eles, avisaram-nos mais ou menos como a coisa se passava. Mas nestas coisas de primeira vez, as explicações, nunca nos conseguem preparar realmente para o que se vai passar a seguir! Chek-in mais ou menos normal, tirando o facto de o senhor nos perguntar muito insistentemente se eram só aquelas mochilas que íamos levar connosco dentro do avião, e o facto de não haver lugares marcados, apenas um número inscrito no cartão de embarque. Os cartões de embarque também não ajudavam muito. Reparem só no pormenor, no lado esquerdo: Lesma Handling?!? Logo aqui, devia ter desconfiado que as coisas não se iriam passar de uma forma muito normal. Fomos para a fila para embarcar, e como ainda era cedo, fomos os primeiros. Com o aproximar da hora de abertura do balcão, tivémos que fazer marcação cerrada ao mesmo, pois as pessoas aglomeravam-se junto dele, como quando há distribuição grátis de qualquer coisa! A mocita da Ryanair chegou, e disse que primeiro embarcavam as pessoas acompanhadas de crianças e as que tinham os cartões de embarque numerados de 1 a 65. Se o aglomerado já era grande, começou a ficar caótico. Havia pessoas com bébés a tentar passar, mas que era impedidas por outras, pessoas (como nós) que tinham números baixos e que tinham que abrir caminho à cotovelada e ainda uma velha italiana e outra espanhola, que queriam à viva força entrar primeiro, desse lá por onde desse! Lá descemos as escadas, e ficámos à espera, pensámos nós, que chegasse o autocarro para nos levar para o avião. Entretanto, a velha italiana, já tinha furado pela fila a fora, e estava colada nas nossas costas, empurrando desenfreadamente! Ela tentava passar por nós, e ir para ao pé das pessoas que tinham bébés, e que se encontravam mesmo à nossa frente, pois eramos os primeiros da fila a seguir a eles. Nós, muito subtilmente, formámos uma espécie de barreira humana, o que a impediu de atingir os objectivos. Era vê-la a empurrar, a bufar, e a praguejar desalmadamente, enquanto nós sorríamos com o sorriso mais delicado do mundo! De repente, um senhor do aeroporto, remove a fita que tinhamos à frente, mas isto sem nada de autocarro no horizonte! Percebemos então, que era para ir à la pata até ao avião! Pensavam que isto do low cost era só benesses? Mantivemos a nossa barreira, e a senhora quase tinham um ataque cardíaco por não conseguir passar! Até que resolveu sair do caminho que nos tinham indicado, e atravessar em diagonal, mais ou menos pelo meio da pista até ao avião! Desta vez o ataque cardíaco ia sendo do pessoal do aeroporto, que teve que correr para a tirar dali! Mesmo assim, conseguiu chegar primeiro que nós ao avião. Lá dentro, mais empurrões e cotoveladas, enquanto toda a gente tenta escolher o lugar. Mais parecia uma manhã na feira do Relógio, do que um final de tarde num avião! Os lugares têm um pouco menos de espaço para as pernas e os bancos não reclinam. Não nos servem aquelas sandes manhosas. Só a pagar! Mas também, para voar 2 horas, nada disto me parece necessário. Também não tivémos que sair, para empurrar o avião para a pista. E o piloto, não desligou os motores para poupar combustível quando atingiu a velocidade de cruzeiro, como chegámos a pensar! E quem realmente transformou aquele início de viagem num carnaval, tipo javard air, foram as pessoas. É assustadora a falta de cívismo de algumas, e o quão baixo se pode descer por causa de uns lugares num avião. No final de contas, o preço reduzido, até valeu a pena.

2 Dicas:

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