Madrugadas...

O despertador toca insistentemente. Apesar do meu cérebro tentar colar o som ao meu sonho, o despertador acaba por levar a melhor. Levanto-me cambaleante e vou para a casa de banho onde me apercebo que as pantufas não estão propriamente no pé correcto. Entro na banheira com a água ainda a correr fria e quase escorrego com a surpresa. O choque da água não me desperta por completo e quase confundo o creme de barbear com a pasta de dentes. Tento resgatar a roupa do quarto em silêncio. Tarefa que toda a gente sabe impossível, pois a corriqueira "topada com o dedão" dos filmes acaba por me acontecer, não sei se por causa do quarto às escuras se por causa do sono. Aparentemente não houve consequências de maior: Nem pé ferido, nem Sónia acordada! Visto-me, desta vez calçando os sapatos no pé correcto e vou para a cozinha. Tento engolir um iogurte e alguma fruta. Não sei porquê, é como se tentasse comer manteiga de amendoim à colher. Mais uma pequena viagem até ao quarto. Beijo a Sónia que emite um qualquer som ininteligível de despedida e saio de casa. O fechar da porta da rua ecoa pela escada do prédio. Na rua apenas o som dos pássaros, a luz dos candeeiros e um carro esporádico. Limpo a "cacimba" e arranco através de uma cidade ainda adormecida. Que bom é acordar às 4:45...